MENTES FILOSÓFICAS ZINE - Edição 2 - 2014

 MENTES FILOSÓFICAS ZINE 
Edição 2 - 2014


1° - MFZ - Salve Fernando Count Old! Fico grato por sua contribuição em meu Zine. Bom, o início do OLD THRONE foi marcado por muitas dificuldades, sendo que a primeira Demo “O Ódio é Só o Que Resta – 2007”, teve a bateria gravada através de um teclado. Começo ruim por sinal. O que te motivou a não desistir desse projeto?

FERNANDO COUNT OLD: Hail! Primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade dessa entrevista em vosso Zine. Para ser bem honesto com você, a bateria dessa Demo não foi o único problema. Ela também não tem as linhas do contra-baixo, as letras delas eram meio que toscas e ela praticamente foi gravada de improviso.

 O Black Metal verdadeiro foi construído em meio a falta de recursos e criatividade. Não é de se surpreender que o OLD THRONE também teve um início difícil. Nunca desisti de meus planos porque eu sou um homem extremamente fiel aos meus ideais. As dificuldades fortalecem o caráter e se eu hoje tenho alguns que me apóiam no Underground, eu fico tranquilo, pois fiz por merecer.

Começar com um som tosco não é problema, o problema é começar com um som excelente e depois, se tornar um traidor de seus ideais.

2°- MFZ - “O Black Metal Jamais Morrerá - 2008” de fato, teve uma evolução muito superior a primeira Demo. Como foi a aceitação desse material em solo Brasileiro?

FERNANDO COUNT OLD: No EP “O Black Metal Jamais Morrerá” eu já tinha uma idéia mais clara do que eu poderia fazer com o OLD THRONE. A Bateria é crua e repetitiva porém, sou eu mesmo tocando ela. Claro que devido a falta de verba e de conhecimento, esse EP não teve uma produção melhor. Esse EP não saiu 100% como eu esperava, mas acredito que esse trabalho agradou muitas pessoas, pois ele já saiu em vários países e se depender de mim, eu lançarei ele no máximo de países que eu puder.

3° - MFZ - “Eu me Arrasto Para o Meu Próprio Abismo” teve seu lançamento lançado pelo selo Viceral Vomit Records (Costa Rica) e seu relançamento pelo selo Satanhades Productions (Portugal), certo? O que você achou do trabalho efetuado pelo os dois Selos?

FERNANDO COUNT OLD: O trabalho da Viceral Vomit Records NÃO ME AGRADOU!

Se você tem uma gravadora e recebe uma proposta de uma banda para lançar o material dela em tal formato, você tem por obrigação explicar a banda como é o seu trabalho e tem que ser o mais claro possível em relação à qualidade dos seus materiais, caso seu trabalho não esteja dentro dos padrões estabelecidos pela banda, o seu dever é falar para a banda que não pode lançar do modo que ela quer e aguardar a resposta da banda para ver se ela aceita lançar pela sua gravadora ou não. 

Eu mostrei para a Viceral Vomit Rec que o Álbum “Eu me Arrasto Para o Meu Próprio Abismo” tinha que ser lançado como CD Oficial, pois trata-se de um Full-length com 8 músicas totalizando mais de 50 minutos, encarte com as letras das músicas, arte da capa colorida... A gravadora me assegurou que iria lançar o material no formato que eu falei para ela, mas quando eu recebi o material eu tomei um susto. As capas não saíram na cor original, não possui as letras das músicas, o Álbum foi lançado como um CD-r demo e a gravadora estava tão empolgada em trabalhar com o OLD THRONE, que nem ao menos colocou o logo e os contatos dela na capa do Álbum. Sem contar que o cara não me mandou o número correto de capas. Uma total falta de profissionalismo que se rotula de underground. Ele saiu em Tape e CD-r.

Esse material no ano de 2011 teve a sua versão Tape re-lançada pela Satanhades Productions limitada em 300 cópias e com uma nova e exclusiva arte da capa.

4° - MFZ - Um dos seus projetos que me chamou muita atenção foi o COUNT OLD. Já tem algum material pronto desse projeto, para um novo lançamento?

FERNANDO COUNT OLD: Esse projeto esta parado desde 2010. Eu lancei a Demo “A Morte das Estrelas” e lancei esse mesmo material em Tape em 2012, mas no momento eu não tenho planos de compor novas músicas para lançar um novo artefato.

5° - MFZ - Para você, o que é necessário para a evolução de uma horda?

FERNANDO COUNT OLD: Força de vontade, maturidade, originalidade...

6º - MFZ - Vejo que você tem uma forte influência do Burzum (um gosto pessoal que temos em comum). O que você acha da banda atualmente?

FERNANDO COUNT OLD: Tenho influencia dos Álbuns: Hvis Lyset Tar Oss, Filosofem e o Álbum Daudi Baldrs. Acho esses trabalhos excelentes, porém, na nova fase do Burzum eu até agora só consegui gostar do Álbum “Fallen”.

7º - MFZ - O EP "A Raiz do Destino Funesto - 2011", teve uma distribuição mais restrita comparado aos outros lançamentos. Comente um pouco sobre esse EP.

FERNANDO COUNT OLD: Esse EP na verdade foi gravado entre 2009 e 2011 se não me engano.

Seu lançamento foi de uma hora para a outra, pois eu estava cuidado da produção de outra banda de minha autoria, NEBLINA SUICIDA, e encontrei 3 faixas do OLD THRONE que não tinham feito parte de nenhum outro lançamento. Na mesma hora eu criei uma arte para a capa do CD e imprimi as capas em casa mesmo. 

O CD ficou limitado a 10 cópias e logo depois eu lancei a versão Tape limitada em 20 cópias que tem uma faixa bônus. Esse EP foi re-lançado em Tape em 2013 na Alemanha e está também para ser lançado nos Estados Unidos.

8° - MFZ - Ter quatro ONE MAN BANDS, para muitos é sinônimo de dificuldade, mas no seu caso não é. Por que você não unificou seus trabalhos em um só?

FERNANDO COUNT OLD: Não é dificuldade em alguns pontos, mas em outros pontos é sim sinônimo de dificuldade. São 4 one man bands, cada uma delas tem uma sonoridade distinta, cada uma delas possuem temas líricos diferentes e quase todas estão na ativa.

A respeito de unificar todos esses projetos: Eu não os unifico pelo fato deles já serem divisões.

Count Old, Anti Life e Neblina Suicida são frutos de um só projeto que é o OLD THRONE. O OLD THRONE quando começou, abordava vários temas líricos e esses temas iam de: Anti humanos até depressão, então em 2009 eu comecei a retirar alguns temas líricos do OLD THRONE e isso deu origem aos meus outros projetos.

9° - MFZ - Já surgiu oportunidade de tocar ao vivo? Você já participou em outras bandas/projetos?

FERNANDO COUNT OLD: Convites já foram feitos para me apresentar ao vivo, mas no momento não penso nisso.

Em relação a participar de outras bandas: Antes do OLD THRONE, eu não havia participado de nenhuma outra banda, porém, entre 2009 e 2010 eu cheguei a participar de uma banda chamada “VOLAC” de Foz do Iguaçu, Paraná, mas a banda não chegou a ir pra a frente e só cheguei a gravar as linhas de vocal de apenas uma música. Era eu nos vocais e o Fabio Volac fazendo todos os instrumentos

Atualmente o Fabio é guitarrista e baixista da banda Paraguaia Wisdom e não mantemos mais contato com tanta freqüência quanto a época do VOLAC, mas continuamos grandes aliados e acho ele um grande musico.

10° - MFZ - Como é o processo de criação de uma música tua? Como tu consegues agrupar todos os instrumentos? As letras surgem de forma natural ou você se baseiam em livros, histórias, poesias e etc?

FERNANDO COUNT OLD: Não existem segredos em meu modo de gravação!

Gravo 90% dos meus instrumentos em casa. As músicas surgem de acordo com o meu estado mental. 

Não baseio minhas letras em obras de outras pessoas. Não há originalidade quando se caminha pelos mesmos caminhos de outras pessoas. Todos temos cérebro, todos temos mãos e todos devemos construir nossos próprios mundos e vivermos nele de acordo com o que acreditamos e seguimos.

11° - MFZ - “O Novo Mundo Pagão” era o novo Álbum a ser lançado pelo selo brasileiro Corvo Records. O que motivou o cancelamento deste álbum?

FERNANDO COUNT OLD: No fim de 2011 o dono da Corvo Records "André Duarte" entrou em contato comigo pelo Orkut me propondo um lançamento oficial. Eu confesso que fiquei meio desconfiado, pois a maior parte dos selos que me apoiaram até hoje foram selos de outros países, mas depois de conversar com a Corvo Records eu fiquei tranqüilo e agendamos o lançamento para o início de 2012.

O cara que lançaria: CD, K7 e Camisas oficiais e eu pensei, que maneiro que meu trabalho agradou o cara ao ponto dele querer lançar isso tudo, porém, os anos foram se passando e chegou ao fim de 2012 e nada do Álbum sair, como eu sei que é caro lançar CDs oficiais no Brasil, eu procurei entender o lado do cara, mas fui começando a ver o cara querendo abraçar o mundo e pegando várias bandas depois que ele pegou o OLD THRONE e vi essas outras bandas sendo lançadas e nada do CD do OLD THRONE sair.

Comecei a questionar o cara sobre isso e ele sempre me falava que estava tendo problemas financeiros e por conta dele ser um cara legal eu continuei anunciando que ele lançaria o Álbum do OLD THRONE. Chegou o início de 2013 e nada do CD ser lançado, chegou Junho e o cara me falou que as mídias já estavam prontas, mas faltava o encarte, ele me fez refazer todo o encarte para que saísse mais barato a sua prensagem, ele me prometeu que em Agosto o Álbum estaria pronto e nada do meu trabalho ser lançado.

No fim de 2013 eu falei com o cidadão que ele só iria lançar a Versão CD deste Álbum e eu iria lançar a Versão K7, pois tenho uma pequena gravadora que só lança nesse formato “Metal Negro Produções” e como o cara não lançava nem ao menos as Tapes eu finalmente lancei esse Álbum.

No início de 2014 surgiram várias propostas para lançar esse Álbum do OLD THRONE e eu enviei várias mensagens para a Corvo Records aviando ele sobre essas propostas,  mas o cara nem me respondia, porém, eu não sou nenhum idiota e vi novamente a Corvo Records fazendo parte de lançamentos em parceria com outras gravadoras. Pensando na: Falta de respeito, profissionalismo, falta de palavra e muito mais, em Janeiro de 2014 eu anunciei o cancelamento do Álbum pela Corvo Records e entrei em contato com a gravadora Grega “Metal Throne Productions” a qual fui muito bem recebido e fechamos o lançamento de uma Edição especial do Álbum “O Novo Mundo Pagão” limitada em 500 cópias numeradas a mão e com algumas Faixas Bônus.

Atualmente existem algumas gravadoras Brasileiras interessadas em lançar esse álbum do OLD THRONE, mas, não posso dar mais detalhes.

12° - MFZ - O que você acha que tem de mais atrativo nesse novo Full-lenght do 

FERNANDO COUNT OLD: Acredito que seja o som mais maduro, com letras mais introspectivas e a produção do Álbum. Dediquei quase 3 anos da minha vida neste Álbum. 

Ele não é um Álbum gravado da noite para o dia, ele teve todo um processo de criação, avaliação e tudo mais e ao contrário dos outros trabalhos do OLD THRONE onde eu não buscava opinião das pessoas, eu busquei a opinião de várias pessoas do meio Underground e também de alguns amigos e todos eles gostaram do que ouviram.

Esse Álbum carrega todo o meu conhecimento como músico. As artes da capa tanto da versão CD como da versão K7 também foram desenhadas por mim mesmo. Acredito que ele tem tudo que é preciso para ser considerado o melhor trabalho do OLD THRONE.

13° - MFZ - O que o Old Throne tem em mente para o futuro incerto?

FERNANDO COUNT OLD: Estou compondo músicas para um possível lançamento em 2014.

Lancei em 2013 com o OLD THRONE a Demo “Velho Trono” que trata-se de uma Demo com músicas experimentais gravadas entre 2008 e 2009 e lancei e o seu novo Álbum “O Novo Mundo Pagão” ambos pela minha própria Gravadora. Relancei alguns trabalhos na Alemanha, estou aguardando sair alguns re-lançamentos nos Estados Unidos e Chile e também estou aguardando sair o Álbum “O Novo Mundo Pagão” na Grécia. O OLD THRONE não irá parar no Álbum “O Novo Mundo Pagão”, depois desse Álbum eu tenho planos de lançar mais trabalhos inéditos com ele.

14° - MFZ - Foi um prazer entrevistá-lo, glórias a ti e 

FERNANDO COUNT OLD: Hails a ti e aos bravos guerreiros que possuem esse nobre registro de nossa real cena Underground. Deixo aqui meu agradecimento a minha esposa “Ticia”, aos meus reais amigos, as bandas aliadas, gravadoras, distros, zines e rádios... Obrigado pelo o apoio de todos vocês.

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