BLACK WAR WEBZINE 2009

 BLACK WAR WEBZINE 
30 de Julho de 2009
Abaixo segue a entrevista com algumas correções, pois a mesma foi postada na época no site do Webzine sem revisão, o que deixou alguns trechos confusos. O site hoje encontra-se off-line, mas consegui salvar esse raro registro dos primórdios do OLD THRONE.




Entrevista de Fernando Count Old para a Black War Webzine em 2009. As perguntas foram desenvolvidas pelo então dono do Webzine Marcelo, da cidade de São Paulo - Brasil.
BW - Salve, Fernand Count Old & OLD THRONE! Primeiro, uma bio sobre toda sua trajetória a frente do One Man Band?
F.C.O - O OLDTHRONE surgiu no começo de Março de 2007, mas na verdade eu já tinha a vontade de formar uma banda há muito tempo, mas sempre que eu tentava conversar com algum amigo sobre montar uma banda eles nem levavam a sário e se preocupavam mais em beber do que montar uma banda e representar o Metal nacional.

No fim de 2006 eu comecei a fazer umas aulas de guitarra "coisas básicas, algumas dicas com alguns amigos" e comecei a compor algumas musicas e em Março de 2007 eu já tinha uma Demo pronta para começar a carreira do OLD THRONE "O Ódio é Só o Que Resta".

No ano de 2008 lancei um novo trabalho que levou o nome de "O Black Metal Jamais Morrerá" trata-se se um EP com 5 faixas e 29 minutos e esse trabalho ergueu um pouco mais o nome do OLD THRONE, porém, por causa de um acidente eu acabei adiando esse trabalho que na verdade era pra ser lançado em julho de 2008, mas adiei as gravações pra Agosto de 2008, eu sofri queimaduras de 1° de 2° graus na minha mão esquerda, e o trabalho ficou até legal, mas não ficou como eu queria. OLD THRONE atualmente tem como influência musical as bandas: Darkthrone, Judas Iscariot, Burzum, Graveland e Nargaroth e atualmente vem abordando temas líricos como: Anti-cristianismo, ódio, honra, guerra, batalhas e depressão.

BW - OLD THRONE surgiu para resgatar uma linha mais obscura e antiga do Black Metal, manter acesa uma chama que pode estar sendo apagada. É esse mesmo o objetivo, dar continuidade ao Black Metal na sua forma mais crua possível?
F.C.O - Por um lado sim, eu quero manter o Black Metal em seu estado natural, sem frescura e sem esquecer o nosso real objetivo que é desmascarar esse câncer cultural chamado cristianismo que vem nos importunando ha séculos, mas não podemos ficar na mesmice e temos que mostrar que o Raw Black Metal não é só um subgênero do Metal que é conhecido por passar uma imagem e um som totalmente tosco. Uma coisa é executar um som cru, direto, real e que seja levado a sério e outra é usar o termo Raw Black Metal para justificar a falta de criatividade e lançar um material porco e mal feito causando risos de todos que conhecem o Raw Black Metal de verdade.

Quando dizem que a chama do Raw Black Metal esta sendo apagada pode até ser verdade e com certeza essas bandas sem criatividade estão ajudando sujar a imagem do Black Metal. Quero mostrar no OLD THRONE que é possível sim! Executar uma sonoridade simples, mas não esquecer a originalidade e a personalidade única que cada banda deve ter, não quero que as pessoas peguem o meu CD e fiquem comparando o meu som com tal banda de tal país, quero que as pessoas escutem a minha banda e digam que ela é um raw Black Metal totalmente original.

BW - Algumas de suas músicas, além desse resgate musical, realmente proclamam palavras de ordem pela sobrevivência e triunfo do Black Metal. Como nasceu em você essa devoção ao black metal?
F.C.O - Considero o Black Metal o gênero do Metal mais rico que existe abordamos vários temas e muitas das bandas que pregam algo estão pregando o que elas acreditam realmente e isso me encantou no Black Metal.

BW - Sendo o OLD THRONE um projeto One Man Band, fica mais fácil para você pôr em prática suas convicções sobre o Black Metal através da música e da ideologia, certo? Mesmo assim, há possibilidade de incluir outros integrantes no futuro?
F.C.O - Não! Se entrar outro integrante no OLD THRONE ele não será mais o OLD THRONE, será apenas uma banda de Raw Black Metal que terá muitas brigas dentro dela. O OLD THRONE é único e deve ser mantido até o fim de minha vida como ele surgiu.

BW - Pode-se esperar alguma apresentação ao vivo do OLD THRONE um dia?
F.C.O - Um dia com certeza eu quero me apresentar, porém não sei quando.

Convites não faltam, mas no momento eu me preocupo mais com as gravações do OLD THRONE e participações em outras bandas. Alguns amigos meus já estão me convidando para fazer participação em seus projetos e eu estou muito empolgado com isso, mas vontade não falta.

As pessoas até reclamam que só me vêem por foto ou em vídeos e dizem que morrem de vontade de ver eu me apresentando ao vivo com o OLD THRONE e eu fico até meio triste de não poder ainda me apresentar, mas peço a que os amigos não fiquem chateados e que em algum dia eu me apresento.

BW - Ao que parece, até um filme a respeito de todo aquele movimento norueguês será rodado, com roteiro baseado no livro "Lord of Chaos". Até onde isso poderá chegar? Qual sua opinião a respeito?
F.C.O - Creio que se tivesse que acontecer algo já teria acontecido, esse filme é a maior prova de que o Black Metal norueguês esta fraco. Te garanto que se esse filme ridículo fosse gravado na Noruega em 1993 os antigos guerreiros Black Metal Noruegueses já teriam matado aquele ator afeminado e espancado toda equipe desse filme e colocado todos pra correrem da Noruega, mas pelo o que eu estou vendo o pessoal pode esperar ver esse lixo ai na seção da tarde com bastante pipoca e Coca-Cola.

BW - Por que a opção pelas letras em português? Pretende compor em inglês nos próximos trabalhos?
F.C.O - Eu não sei quase nada de inglês e nem tenho vontade de aprender mais que eu já sei.
Acho que, se nós "Brasileiros" podemos traduzir as músicas escritas em inglês que as bandas "Gringas" produzem, porque eles "Gringos" não podem pegar um encarte de uma banda Brasileira e traduzir de português para os seus idiomas?
Gosto de representar o cenário Brasileiro em outros países cantando em português e gosto de saber que eles serão obrigados a procurar um dicionário de português pra inglês e ter toda aquela trabalheira hehehehe.

Ou seja, canto em português por orgulho mesmo!

BW - "O Ódio é Só o Que Me Resta" e "O Black Metal Jamais Morrerá" foram lançadas de modo independente, certo? Como foi toda a produção, divulgação e aceitação por parte dos seguidores do black metal desses trabalhos?
F.C.O - Sim, as duas foram gravadas por conta própria.

A Demo "O Ódio é Só o Que Resta" foi na verdade um teste que acabou dando certo, eu tinha acabado de compor as músicas que estão na Demo e queria gravar algumas músicas só para ver como ficaria e acabou saindo o que saiu. Honestamente, eu sei que saiu uma merda, mas temos bandas grandes aí na cena atual que começaram com coisa bem pior. Algumas pessoas ficam falando merdas sobre esse trabalho então eu vou aproveitar a oportunidade e deixar bem claro aqui que na época eu só tocava guitarra a 3 MESES e apesar da Demo ter a bateria feita em um teclado eu sou mais experiente como baterista.

O EP "O Black Metal Jamais Morrerá" apesar de não ter saído como eu esperava, até que saiu legal, mas poucos sabem que eu gravei esse EP  logo após ter sofrido um acidente em casa que resultou em queimaduras bem graves em minha mão esquerda, porém saiu até legal e o pessoal adorou. O EP esta contando com o apoio do selo Wulfensblut Productions que vai lançar poucas cópias aqui no Brasil, mas vai distribuir bastante o OLD THRONE em outros países.

A parte das divulgações do OLD THRONE sempre fui eu quem cuidou, nunca tive ajuda de outras pessoas, mas só agora que alguns amigos que gostam do meu trabalho também me ajudam a divulgar o OLD THRONE pelo Orkut e eu sou muito grato por essa força.

BW - "Eu me Arrasto Para o Meu Próprio Abismo", o novo material, já tem previsão de lançamento? O que poderia nos adiantar sobre? Pode haver a parceria com algum selo dessa vez?
F.C.O - Eu ainda estou querendo em lançar esse material nesse ano, mas não encontro nenhum Selo que esteja a fim de lançar esse novo material e se continuar assim ele terá que ser adiado e vai acabar saindo só em 2010 o que resultará em outro adiamento de um outro Álbum que eu já estava marcando pra lançar no ano que vem. Se não aparecer nenhum selo Brasileiro para lançar esse novo material nesse ano eu vou ter que correr pra algum selo gringo ou adiar ele para o ano que vem mesmo!

BW - Três músicas desse novo trabalho "Eu me Arrasto Para o Meu Próprio Abismo" já estão disponíveis no MySpace do OLD THRONE. Como essa ferramenta vem ajudando a você na proliferação de seus ideais e interação com o underground brasileiro e também internacional?
F.C.O - MySpace ajudou em 80% a divulgação do OLD THRONE, pelo MySpace eu fiz algumas amizades na: Finlândia, Estados Unidos e Portugal e esse pessoal sempre está me apoiando por esses lugares divulgando o nome da One Man Band.

BW - O estilo sempre continua cru e gélido, mas você vê diferenças e evolução entre "Eu me Arrasto Para o Meu Próprio Abismo" e os dois primeiros trabalhos?
F.C.O - Sim! Acredito que um bom músico tem que evoluir e aplicar essa evolução em suas musicas. Mudei algumas coisas nesse novo trabalho do OLD THRONE e porque eu quis mostrar que o fato de eu fazer Raw Black Metal não quer dizer que meu som vai ser pra sempre aquela linha de musica repetitiva e que as pessoas já estão enjoadas.

Adoro Raw Black Metal, mas sei que se uma banda não tentar melhorar a cada trabalho que ela lança é muito chato e eu pretendo sempre expor no meu som os elementos perfeitos para que eu sempre possa agradar os apreciadores do OLD THRONE.

BW - Na contramão do Raw Black Metal do OLD THRONE, você tem o projeto Count Old, de ambient. Como anda esse trabalho e qual sua inspiração ao criá-lo?
F.C.O - Eu na verdade já tenho algumas musicas para o COUNT OLD desde o fim de 2008, mas resolvi começar a divulgar só agora.

Eu gosto muito de músicas ambientes, pois sou uma pessoa muito instável e sempre é bom escutar algo que me deixe calmo e gravar esse projeto, pra mim vai ser meio que uma terapia.

As inspirações pra esse novo projeto foram as musicas ambientes do Burzum, pois eu as curto muito e também moro em um lugar onde eu tenho muito contato com a natureza e isso ajuda muito no processo de criação de minhas músicas para esse projeto.

BW - Brasil, conhecido por muitos como um país de fé cristã, da alegria e do samba. Como é adotar uma postura tão sólida em relação ao Black Metal, de raízes tão antagônicas ao "espírito brasileiro", num país como este?
F.C.O - Tenho até pena dos Brasileiros que se acorrentam a esse modo de vida tão pobre e vegetativo e ainda encontram tempo para balançar as suas bundas em uma roda de samba.

Eu sou nascido e criado em Nova Iguaçu, baixada fluminense do Rio de Janeiro e até hoje eu não entendo como eu consegui ignorar tanto os costumes das pessoas que conviviam comigo. Acho que sou o que sou hoje porque nunca tive problemas para ignorar pessoas que o Q.I é menor de que o Q.I de um rato por isso que muitos amigos meus gostam de mim, é porque eles sabem que eu vim do nada e nunca gostei da idéia de nascer, viver e morrer. Acredito que todos nós nascemos para a imortalidade, temos que fazer por merecer e não se acorrentar a dogmas ridículos e criados por pessoas mais ridículas ainda como são os cristãos.

Ignorei minha família, colegas, amigos e conhecidos, pois além de como você disse ai eu ter uma postura sólida eu também tive que ser frio e tive que ignorar pessoas que por causa da sua fé cristã já me levaram a beira da loucura e da morte.

BW - Obscuras considerações! Palavras finais...
F.C.O - Gostaria de agradecer primeiramente a você pelo apoio e por oferecer essa oportunidade ao OLD THRONE de mostrar um pouco mais sobre a banda e sobre mim mesmo, gostaria de agradecer a todos que acreditam e honram a bandeira do Black Metal nacional e mandar um grande abraço para todos os irmãos e irmãs que estão sempre me apoiando e apoiando o OLD THRONE.
Forte abraço a todos vocês!
Fonte da entrevista: http://www.webng.com/blackwar/Old_Throne.htm