THE INFINITE EMPIRE OFSATHANAS Edição 5 - Maio 2023

THE INFINITE EMPIRE OF SATHANAS
Edição 5 - Maio 2023



T.I.E.O.S: Saudações irmão Fernando Count Old! Imensa honra ter o OLD THRONE em meu trabalho. Fale-nos sobre o surgimento desta One Man Band.

F.C.O:
 Saudações a The Infinite Empire of Sathanas e aos leitores desse necro manifesto. Também é uma honra para eu poder contar com vosso apoio a minha arte.

O surgimento do OLD THRONE veio no fim de 2006 após várias tentativas fracassadas em reunir “aliados” para formar uma honra convencional “cada membro desempenhando uma função dentro da horda”. Na época eu já sabia tocar bateria e como já estava cansado de me decepcionar com as pessoas as quais eu comentava em formar a horda, decidi aprender a tocar todos os instrumentos necessários para dar vida ao que hoje é conhecida como OLD THRONE.


T.I.E.O.S: O primeiro opus da horda é a Demo “O Ódio é Só o Que Resta”. Como foi a receptividade que este trabalho recebeu na cena Black Meta?

F.C.O:
 Devido à falta de experiência como multi-instrumentista, falta de recursos e planejamento, a primeira Demo do OLD THRONE não saiu como eu realmente queria, mas foi o início de tudo, melhor um material verdadeiro, feito com coração do que material algum.

Algumas pessoas não entenderam a proposta e isso rendeu muitas críticas as quais buscava me desencorajar a continuar com esse projeto, mas sempre fui determinado, jamais iria deixar uma legião de imbecis me fazereu desistir de meus planos dentro do Black Metal.


T.I.E.O.S: Em 2008 surge o EP O BlackMetal Jamais Morrerá. Um nome fabuloso para um manifesto que expressa o estilo. Por que a escolha desse nome, e qual a mensagem que pretende levar através do mesmo?

F.C.O:
 Desde de que comecei a ter contato com o Underground, inúmeras vezes ouvi pessoas falando que o verdadeiro Black Metal morreu no final da década de 90 e que todas as bandas que surgiram no século XXI não passavam de cópias mal feitas de bandas pioneiras. Isso sempre me incomodou, pois sei que as primeiras bandas de Black Metal foram muito importantes, mas elas apenas deram inicio a algo maior. Na minha humilde opinião, esses que dizem que o Black Metal já morreu, não passam de uns invejosos conformistas, em sua maioria não tiveram coragem de encarar os problemas da vida e mesmo assim se manterem firme em seus ideais, optaram pelo caminho mais fácil, o caminho dos covardes, vivem de passado, porque possuem mente fechada, um bando de zeros a esquerda que não sabem nem limpar o próprio rabo direito e querem ditar regras idiotas, querem criticar sem colaborarem com nada no Underground, não compram cds, não tocam em bandas, não editam zines, não organizam shows, não lançam bandas... NÃO FAZEM ABSOLUTAMENTE PORRA NENHUMA a não ser encherem o rabo de cerveja barata e falarem “na minha época...” hahahaha. As bandas do século XXI não são piadas, elas são descendentes de uma cena construída por mentes inovadoras e muitas dessas bandas novas também são inovadoras. Ou seja, O Black Metal não morreu, ele evoluiu e nessa nova fase, os caga regras não são bem vindos.


T.I.E.O.S: Neste EP citado na questão anterior, há uma faixa intitulada Count Grishnakch. Bem abaixo da letra há uma observação falando da mesma. Como surgiu essa ideia de relatar o episódio entre Varg e Euronymous, e o porquê? Houve alguma crítica em relação a mesma?

F.C.O:
 Eu sempre tive influência musical do Burzum, isso nunca foi segredo pra ninguém, é tanto que até tenho projeto paralelo de Ambient/NeoFolk “CountOld” que tem influência do Burzum, mas a respeito da música Count Grishnackh, bom, eu era muito jovem e fui muito influenciado por toda aquela história do assassinato do Euronymous e como eu não tinha noção do impacto que fazer uma música sobre tal ocorrido causaria, eu simplesmente fiz.

Infelizmente a música rendeu muitas calunias, me chamaram de: Racista, Nazista, de fascista... as opiniões só começaram a mudar após eu deixar claro em diversas entrevistas, sites e até mesmo nas Tapes e Cd do “O Black Metal Jamais Morrerá” que a música não deveria ser interpretada como uma homenagem ao Varg, a música é apenas eu contando com minhas próprias palavras o que o Varg tanto falava em suas entrevistas.

Talvez hoje eu fizesse a música melhor e com uma letra mais clara para evitar tantas dúvidas e estresses. Mas é isso ai, A MÚSICA COUNT GRISHNACKH NÃO É UMA HOMENAGEM AO VARG VIKERNES.


T.I.E.O.S: A horda aborda temas como Anti cristianismo, Ódio, Guerra, Depressão, Anti humanos... De onde tira vossas inspirações para as composições, leituras, relatos pessoais...?

F.C.O:
 Não é preciso fazer uma pesquisa muito aprofundada para encontrar motivos de odiar o cristianismo. Olhe a sua volta, esse câncer quer dominar tudo, ele deseja corromper nossos filhos, ele dita seus valores doentios em nossa constituição, afeta nossas vidas o tempo todo. Um verdadeiro amante da liberdade sempre irá atacar qualquer dogma que tem como meta pôr a humanidade de joelhos.

Depressão foi um tema pouco abordado no OLD THRONE, tendo em vista que quando iniciei ele, eu estava em um momento muito turbulento da minha vida, mas em 2011 decidi criar um projeto DSBM para tratar exclusivamente desse assunto. O projeto chama-se Neblina Suicida, lancei apenas dois materiais, sendo eles: O Fim – Demo 2011 e Maldito Seja o Fruto em Vosso Ventre – Álbum 2014.

O tema anti humanos eu tirei do OLD THRONE em 2010 e criei também um outro projeto onde esse tema lírico se encaixava melhor. O nome do Projeto é Anti Life, ele até o momento tem 3 EPs, sendo eles: Anti Vida - 2010, Bem Vindos ao Começo do Fim - 2012 e Imemorável Falso .Império –2022.


T.I.E.O.S: Executando um Raw Black Metal influenciado pelos anos 80 e 90 e muitas linhas do Black Metal Nórdico, citaria quais hordas como influência em seu trabalho?

F.C.O: 
O OLD THRONE já teve muitas influências, as que mais se destacam foram: Darkthrone, Burzum e Bathory. Hoje a sonoridade do OLD THRONE está com mais influência do Nargaroth(Antigo) e Bathory, mas essas influências se limitam apenas a sonoridade mesmo. Nunca inspirei minhas letras no que outras bandas escreviam, sempre gostei de expressar em minhas obras somente aquilo que eu penso.


T.I.E.O.S: Quais as dificuldades de ser uma One Man Band, em termos de composições e execução instrumental? Há possibilidades de ter membros convidados para executar shows ou foi criada somente para lançar materiais físicos?

F.C.O: 
Dificuldades em termos de composição e execução dos instrumentos? NENHUMA! Acostumei a fazer tudo sozinho, eu tenho total liberdade para compor como eu quiser, na hora que eu quiser e sem palpites de gente que pensa diferente de mim. Sobre convidar pessoas pra tocar comigo em shows? Existem 99,9% de chances de que isso nunca aconteça. Além de eu ser um homem de temperamento difícil, atualmente estou mais preocupado em sobreviver e terminar de criar meu filho, que nesse momento tem 16 anos de idade, não posso deixar minhas obrigações como pai e chefe de família de lado para ficar recrutando, ensaiando, me apresentando em eventos. Prefiro as coisas como estão, prefiro que o OLD THRONE seja uma One Man Band focada em lançar materiais físicos ao redor do mundo.


T.I.E.O.S: Todos os hinos são executados na língua pátria, fugindo do convencional de muitas hordas que o executam no inglês, porquais motivos optou por esse segmento? Diria que as hordas nacionais deveriam honrar sua língua?

F.C.O: 
Compreendo que o inglês facilita a comunicação entre diversas pessoas por ser um idioma fácil de ser compreendido, mas apesar de no início ter até colocado alguns nomes de minhas bandas em inglês, hoje me arrependo, pois acredito que isso tira um pouco a originalidade da banda, mas sempre fiz minhas letras em português e pretendo continuar assim até o fim, os interessados em entender as letras que usem um tradutor assim como eu sempre faço com as bandas, é tão fácil hoje em dia. Não digo que as bandas nacionais deveriam cantar exclusivamente em nosso idioma, elas sabem o que é melhor para elas e se elas se sentem bem cantando em outro idioma, tudo bem, eu traduzo suas letras, não vou deixar de apoia-las. As vezes seria até bom elas mudarem um pouco, gravar um álbum em português ou gravar algumas músicas em português, seria legal para mostrar ao mundo de onde elas são, mas ai vai de cada um.


T.I.E.O.S: OLD THRONE possui uma vasta discografia. No que a One Man Band evoluiu num todo desde o seu surgimento até os dias atuais?

F.C.O
: Eu destacaria aquilo que é nítido, Sonoridade, Letras e Produção. Não que o OLD THRONE seja uma banda 5 estrelas como muitas bandas por ai, mas eu sempre estou dando o meu melhor a cada novo lançamento, sempre busco encaixar a sonoridade com o tema das letras, sempre busco fazer as artes gráficas de acordo com o que as músicas querem passar, sempre busco fazer um lançamento mesmo que pequeno, o mais profissional possível. Ainda há muito a melhorar, eu sei disso, mas hoje pelo menos as pessoas podem ouvir um material bem gravado ou melhor gravado do que no passado, podem ler letras mais trabalhadas, podem comprar o CD sem medo de se deparar com uma produção porca, sem nexo, sem mensagem alguma.


T.I.E.O.S: Fale nos sobre o seu projeto ANTI LIFE, o mesmo segue a linha do OldThrone?

F.C.O:
 Sim, a proposta no começo do ANTI LIFE era seguir aquela linha Raw Black Metal semelhante ao OLD THRONE no EP “O Black Metal Jamais Morrerá”, mas com alguns elementos que o deixava ainda mais cru e mais caótico. Hoje, com mais de uma década de existência, é natural que minhas ideias tenham amadurecido e minha visão de mundo ficou mais realista e focada em coisas que acabam influenciando o mundo e que consequentemente afetam a minha vida. Pensando nisso, resolvi em 2022, após 10 anos parado com o ANTI LIFE, gravar um novo manifesto. Esse manifesto chama-se “Imemorável Falso Império” e está abordando temas mais complexos como, por exemplo: Guerras, Crises geopolítica, ódio aos sistemas políticos autocráticos... Sua sonoridade também mudou, ficando mais cadenciado, mas ainda mantem aquela velha aura odiosa do início. Importante ressaltar que esse retorno do ANTI LIFE foi muito influenciado pelo conflito no leste Europeu. Como eu sempre tive muito contato com o Underground Ucraniano e sempre estive por dentro das crises que ocorrem dentro daquele país, me vi na obrigação de homenagear aquele bravo povo que está batalhando há décadas para se livrar dos funestos tentáculos da Rússia.


T.I.E.O.S: O que você tem ouvido ou lido nas mídias sobre Black Metal Ortodoxo e o que pensas a respeito deste estilo controverso?

F.C.O:
 É como eu expliquei acima “O Black Metal Não Morreu, ele evoluiu” novas expressões sempre irão surgir, algumas vieram para ficar, outras serão passageiras. Pelo que eu tenho lido a respeito do tal “Black Metal Ortodoxo” esse rotulo surgiu há muitos anos atrás com o Countess, não sei se isso é verdade ou não, pois eu não estava lá para ter total certeza disso, as mídias sociais são cheias de mentiras e má interpretações. O atual Black Metal Ortodoxo me parece ser algo bem estruturado, o visual eu acho muito exagerado hahahaha, mas eu compreendo a proposta e respeito, pelo que li, parece que fizeram isso para afrontar a igreja, já pensou se a moda pega no Brasil só que usando as roupas e toda aquela palhaçada que vemos na igreja evangélica, seria legal ouvir Black Metal zoando descaradamente o povinho labacanto labaxuria, dando cambalhotas, praticamente uma roda de capoeira no palco com o intuito de debochar dos evangélicos. Hahaha, bom, brincadeira a parte, O Black Metal Ortodoxo o qual você se referiu já está há alguns anos na ativa, muitas bandas pelo mundo estão surgindo, muitas bandas fazem uma sonoridade diferente e muito boa, são bem profissionais na hora de divulgarem seus trabalhos, elas podem dizer que não, mas querem sim ganhar apoiadores e sabem conquistar isso.

É como eu falei acima, eu só acho a parte do visual meio exagerada, seria bom saber um pouco mais sobre os seres envolvidos nesse meio, como são realmente para não gerar especulações a respeito da seriedade deles, mas acho que com o tempo isso vai acontecer, só espero que não vire algo banalizado onde um monte de gente mau caráter explore o movimento escondidos por trás de suas vestes. Peço desculpas se não sei falar muito sobre o movimento ou falei algo errado, mas estou sempre aberto a conversar com quem entende mais que eu e tirar minhas dúvidas.


T.I.E.O.S: Fechamos esta entrevista por aqui! Muito grato irmão pelo apoio, suas honras finais por gentileza!

F.C.O:
 Agradeço o espaço em vosso pergaminho. É uma honra depois de tantos anos em silêncio voltar a expor minhas opiniões e matar algumas dúvidas ao publico a respeito de alguns de meus trabalhos no Underground. Vida longa ao vosso necromanifesto.

All Hails aos velhos e novos aliados!
Morte aos inimigos!


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